Tuesday, October 11, 2011
O caminho da perdição...
Por vezes para encontrar o nosso caminho, temos que nos perder. Eu já encontrei o meu, mas sempre gostei de me perder. Pois enquanto me perdia, deparava-me com experiências inexploradas e factos encobertos que ignorava.
No início, quando tens noção que estás perdido, ficas assustado. Encolhido ante a possibilidade do desconhecido e de não encontrares o teu caminho de volta. O caminho de volta é o aconchego da casa, da lareira, do chocolate quente e da manta de lã nos invernos rigorosos.
Contudo não te traz nenhuma emoção, nenhuma aceleração nos batimentos cardíacos, nenhuma martelada no cérebro, nem sentes o sangue a correr aceleradamente pelos teus vasos sanguíneos, nem os músculos contraídos de tanta emoção. Calma e bem estar no “habitat” que reconheces e que entendes…
Depois, surgem-te coisas diferentes e exprimes: “Ah! O que é isso?!”. Ficas novamente assustado, mas se a tua curiosidade não se atrofiar e a coragem não te abandonar ficas a ver o que acontece. Tentas saber o que se passa e inteirar-te acerca desses novos acontecimentos.
E logo te ris da tua ignorância por aquilo nunca te ter surgido e por nunca te teres apercebido de algo tão bom. E isso é fantástico!
É claro que por vezes, enquanto te perdes, também acontecem coisas más. Mas quando acontecem, mesmo assim aprendes algo de novo ou dás reciclagem a algo que já sabias sem perder o que já ganhaste. Porque o que já ganhaste foram os caminhos que te emocionaram. E isso fica gravado na tua memória. Ninguém to tira…
No meio disso tudo, conheces uma data de gente.
Umas que interessam e outras não. Não acredito em pessoas boas e noutras más. Isso requeria o reconhecimento da existência da dualidade do bem e do mal. E eu já não acredito nisso. Isso são estórias para assustar os miúdos e consequentemente manipular os graúdos. Acredito que as pessoas têm interesses e necessidades próprias. E o que as une são os interesses que têm em comum e a forma como interagem para suprimir as suas necessidades. E quando encontras alguém assim é estupendo!
E enquanto andas, podes sempre tentar voltar para trás. Mas geralmente não o fazes porque encontras o teu caminho. Ou então o teu trilho foi aquele que deixaste lá atrás, o original, e tiveste que caminhar esse tempo todo extraviado para chegar a essa conclusão.
Mas o que fica sempre mais vivo, mais presente são os caminhos pelos quais te perdeste. Aquilo que te ensinou, aquilo que te ensinou a desaprender para voltares a aprender. As experiências que julgavas loucas, mas que hoje achas normal, banal. Ou os factos que desejavas há muito ter presente, mas que nunca soubeste confrontar ou que ignoravas.
E acho que isso é algo de bom que a vida tem. Saber perder-nos sem nos perder a nós próprios. Saber perder-nos para nos encontrarmos…
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